José Lemos
Depois dos excessos que normalmente cometemos nos festejos de Natal e virada de ano, manifestamos aquela vontade de mudar o estilo de vida no ano que vai começar. Vamos entrar em forma física, vamos fazer dieta, vamos melhorar o astral. São as nossas promessas. Tudo para elevar a autoestima, em baixa devido àquela barriguinha que insiste em está ali, o rosto arredondado, denunciando que há sobras de gorduras no organismo.
A balança se torna uma inimiga que queremos manter distante. Mas em casa, o nosso espelho denuncia o que temos receio de encarar. Calças e blusas ficaram mais apertadas. Dar o laço no cadarço do tênis ou do sapato é um horror. Contudo, os problemas maiores associados ao excesso de peso estão relacionados à saúde. A diabetes é irmã gêmea univitelina, do peso excessivo. As taxas do colesterol ruim se elevam e as do bom colesterol se inibem. Os triglicerídeos se elevam. Barrigas em homens com perímetro superior a um metro podem provocar disfunção erétil. A atividade sexual perde em qualidade e em freqüência. A parceira está ávida querendo mais e o parceiro permanece do lado ofegante. Situação que agrava na presença da mistura explosiva com álcool e cigarros.
Se as coisas estão se encaminhando nesta direção, definitivamente, está passando da hora de mudar as nossas atitudes, nosso estilo de vida. A mudança de ano pode ser uma excelente “desculpa” para servir e âncora para um novo estilo de vida. Agarremo-nos a ela.
Precisamos reverter o nosso comportamento. Abolir o cigarro, reduzir o álcool, e rever os nossos hábitos alimentares. Abandonar, ou ao menos reduzir drasticamente, as comidas do tipo fast-food, os refrigerantes, as frituras, as gorduras, as massas, doces, salgadinhos e bolos açucarados. Escolher uma dieta saudável, rica em peixes, verduras, frutas, fibras. Consultar Nutricionista para nos prescrever a dieta ideal para o nosso caso.
Concomitantemente praticar exercícios. Não sem antes consultar um cardiologista para avaliar os estragos que o excesso de peso possa ter feito no sistema cardiovascular. Buscar o aconselhamento de um Educador Físico para fazer a avaliação criteriosa do nosso organismo, prescrever e acompanhar exercícios. Ao menos três vezes por semana. Idealmente de segunda a sábado, com trégua aos domingos. Dos exercícios, não da dieta.
Fazer exercícios físicos no começo é um sacrifício para quem está desacostumado. Mas com o tempo ficam prazerosos, principalmente quando os resultados começam a aparecer (e eles logo aparecem) e perdemos o medo de encarar a balança.
Atividades físicas estimulam a produção de endorfina. Um neuro-hormônio endógeno, sintetizado na glândula hipófise. Com a prática continuada de exercícios ficamos viciados neles. A causa é a liberação desse hormônio que, segundo estudos confiáveis, tem os seguintes impactos sobre o nosso organismo: aumento da disposição, melhora no sistema imunológico e alívio de dores. Por ser um “analgésico natural” leva a uma sensação de bem-estar e tranquilidade que é inibidora do estresse.
Com o tempo, a prática dos exercícios nos deixa viciados em endorfina. Chega o momento em que não praticar atividade física provoca mal-estar. Corredores não querem parar. Chegamos a um estágio que quanto mais corremos, temos mais vontade de fazê-lo. Isto porque durante a corrida vamos perdendo peso, ficando mais leves, o que sobrecarrega menos as pernas e as articulações inferiores. A endorfina se encarrega de nos dopar.
Os homens, acima de quarenta e cinco anos, passam pelo fenômeno biológico conhecido como “andropausa” o equivalente masculino da menopausa das mulheres. Nessa fase o organismo produz menos testosterona, o hormônio que, dentre outras funções, regula a sexualidade e a libido. Menos testosterona no organismo implica em menos desejo sexual. Exercícios físicos como corrida, caminhada intensa e musculação estimulam a síntese natural de testosterona nos homens, melhorando-lhes o desempenho sexual e controlando outros distúrbios que surgem naturalmente com o envelhecimento do organismo.
Os homens, como fazem as mulheres indo aos ginecologistas, devem procurar um urologista a partir daquela idade, para prevenir o câncer de próstata. Quanto mais precoce a sua detecção, os bons médicos especialistas do ramo ensinam que maiores serão as chances de cura sem maiores sequelas, dentre as quais a mais temida que é a impotência sexual.
Como se não bastasse, os exercícios físicos, além de nos viciar em endorfina, aumentam o metabolismo, estimulam a produção e a liberação da serotonina, uma molécula que se envolve na comunicação entre neurônios que, dentre outros efeitos no nosso organismo, promove sensação de bem-estar e melhora o sono. Por isso, quem pratica exercícios físicos regularmente, tem sono tranquilo. A qualidade de vida incrementará. A prática de exercícios nos devolverá um corpo saudável. As roupas voltarão a cair bem. A libido incremento. A parceira vai adorar o novo homem que terá, e que não a deixará a “ver navios”, ou “contando carneirinhos” vendo a “coisa meio mole” noite adentro,.
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Artigo publicado em 05/01/2013