Sedentarismo: o Mal do Milênio.
José Lemos
Hoje, dia 10 de março, o calendário de saúde sugere que comemoremos o Dia Nacional de Combate ao Sedendarismo, que pode ser considerada uma das mais trágicas doenças deste milênio, e que vem crescendo de forma assustadora em todo o mundo. Faz muito tempo que deixou de ser apenas uma preocupação meramente estética.
As pessoas sedentárias tendem a ficar com o peso acima do normal. Com o excesso de peso surgem as doenças cardíacas, diabetes, elevação das taxas do colesterol ruim, falta de disposição para quase tudo. As gorduras localizadas no abdome e nas suas laterais formando aqueles “pneus” que provocam estragos na estética.
A vida de um obeso, que decorreu do sedentarismo, não é fácil. Sofre para acomodar-se em transportes coletivos, aviões, e até no transporte particular. Camas e cadeiras precisam ser reforçadas para suportar o peso. No Nordeste que gostamos de dormir em redes, as pessoas com peso exagerado terão que reforçar os ganchos que as seguram para evitar quedas que podem provocar problemas maiores. Encontrar roupas nas lojas que caibam e fazer o prosaico exercício de dar o laço no cadarço do sapato passam a ser penitencias para quem está com a barriga avantajada.
A vida da pessoa sedentária, que ficou obesa em decorrência, é penosa. Em face da camada de gordura se elevar em todo o corpo de quem é sedentário, essas pessoas experimentam sensações térmicas diferenciadas. Sempre para cima. Sentem desconforto mesmo em ambientes amenos. Suam bastante. O cotidiano é dramático. Em complemento, essas pessoas, em função de sobrecarregarem o coração, esse músculo vital não conseguirá bombear com normalidade o sangue para um sistema venoso e arterial que fica parcial, ou totalmente, entupido de gorduras. Essa sobrecarga no músculo cardíaco torna essas pessoas bastante vulneráveis a experimentarem ataques fulminantes de AVC ou de infarto do miocárdio.
Antes que a situação chegue a casos extremos assim, ou se já tiver chegado a essa situação, devemos mudar o estilo de vida. A incorporação no nosso cotidiano de exercícios físicos regulares será um bom começo para evitar que o quadro da obesidade ganhe dimensões que mais na frente obrigarão a tomada de decisões mais radicais.
Equivoca-se quem pensar que a prática de exercícios, para ser eficiente precisará ser feita, necessariamente, em academias. Caminhar ao ar livre, em ritmo acelerado, ao menos três vezes por semana ajuda muito. Contudo, é sempre bom conversar antes com um médico e procurar um Profissional de Educação Física. Esses Educadores são muito bem preparados e gostam de prestar o serviço sem a motivação exclusiva do pagamento. Óbvio que precisam da remuneração, mas esta não é a razão motivadora da sua ação.
Eu posso falar assim porque convivo diariamente com Educadores Físicos pelas academias de musculação por onde já andei e ando, já faz ao menos 25 anos. Percebo que eles ficam felizes quando conseguem reverter quadros de pacientes que pareciam fadados a um desastre maior nas suas vidas.
À prática regular de exercícios físicos, deve-se acrescentar uma mudança radical dos hábitos alimentares. Consultar um(a) Nutricionista pode ser importante para que ele(a) prescreva a dieta adequada. Uma coisa, contudo, é certa. Precisamos abolir de vez refrigerantes (todos são nocivos), doces, sal em excesso, álcool excessivo (sobretudo cerveja que é uma das grandes causadoras da formação das barrigas) e o tabagismo, talvez um dos piores vícios que ainda tem forte viés cancerigeno.
Os malditos “fast foods” devem ser banidos de vez. Sanduiches são carregados em gorduras saturadas. Essas gorduras são derivadas de produtos de origem animal. Em temperatura ambiente ficam em estado sólido. São encontradas principalmente em carnes vermelhas (as brancas também as contém), pele de aves, creme de leite, manteiga, iogurte, bacon… Naquelas paneladas tradicionais que “tranzamos” aqui no Nordeste, e que no Maranhão chamamos de mocotó. Pura graxa. As gorduras saturadas são maléficas para o organismo humano, sobretudo porque elevam o colesterol ruim.
Outra praga para o organismo são as chamadas gorduras trans. Essas gorduras são formadas por processo químico chamado de hidrogenação. No processamento são usados óleos vegetais. São encontradas na maioria dos alimentos industrializados como salgadinhos de pacotes, batatas fritas, biscoitos, sorvetes, margarina, leite condensado… Podem fazer muitos estragos ao organismo. Um deles é a elevação do colesterol ruim.
Combater o sedentarismo é atitude que implica em mudança completa de hábitos. Tanto nas nossas atividades cotidianas, como na forma de nos alimentar. É difícil no começo. Mas depois se torna prazeroso, sobretudo quando os resultados começam a aparecer. E eles não demoram a aparecer se perseverarmos. Ficaremos mais esbeltos, mais espertos física e mentalmente. Os quarentões, que já chegaram à andropausa, farão reposição hormonal natural de testosterona com esses novos hábitos. Que incluem mais frutas, legumes, ovos de preferencia cozidos. Isso mantem a libido em alta. A vida volta a ser vivida com muito mais prazer… Se é que eu me faço entender. A nossa passagem por este planeta é breve. Melhor que seja plena.
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Artigo para o dia 10/03/2018.