José Lemos*
O ser humano sempre teve a presunção de que pode depredar qualquer recurso natural na perspectiva de que os avanços científicos que criou serão capazes de repor o que foi degradado por ele. Ledo engano! Basta ter sensibilidade, nem precisa ser observador tão arguto, para constatar a grandeza de tudo que nos cerca. Termos a humildade de reconhecer que nada foi, nem poderia ter sido, criado por nós.
Quando enveredamos pelos caminhos das ciências, numa fase recém-saída da juventude e nos transformando em jovens adultos, em boa parte das vezes, temos a tendência de apenas acreditar no que é “provado cientificamente”. Nada que não for “cientificamente comprovado” terá algum valor na nossa concepção. Declarar publicamente que somos ateus, ou quase isso, passa a ser charmoso. E na nossa cabeça funciona como algo libertador dos valores populares que consideramos vulgares e menores. Pessoas simples que não conseguirem acompanhar o nosso “raciocínio e lógica cientifica” serão devidamente discriminadas Eu passei por esse transe.
Ainda nos regimes militares começaram as liberações dos então chamados filmes pornográficos. A televisão ainda não penetrava em rede nacional. Lembro que estudante de Agronomia eu assisti ao filme japonês “A Força dos Sentidos”. Aquele talvez tenha sido o marco “libertador” dos filmes em que o apelo sexual se manifestava de forma praticamente uníssona. Esse filme é apenas isso.
Em seguida vieram as “Porno-Chanchadas”, como eram designados os filmes nacionais que tinham apelo sexual. Os militares saíram do poder em 1985 e surgiu o que foi chamada de “Nova Republica” que já nasceu velha, a começar por quem lideraria aquele Governo que lhe caiu no colo por obra de um triste acaso.
Mas foi a partir dali que começou a massificação das “liberdades’ de costumes”. A Rede Globo que ficou poderosa nos Governos Militares ficou mais poderosa ainda, depois da “redemocratização”. Com a divulgação em rede da sua programação, através das telenovelas, passou a levar aos lares brasileiros, em horário nobre, cenas de sexo explicito. No começo elas ainda chocavam, mas depois passou à “normalidade”. Estava instalada a era das “Porno-novelas” que conseguem sobreviver até os dias de hoje.
Não satisfeita apenas com as cenas mais picantes entre pessoas de sexos opostos, passou a explorar e a exibir cenas de relações entre pessoas do mesmo sexo. Estava dada a senha para o “liberou geral”. Tudo em nome da “liberdade de expressão” e da “livre manifestação artística”. Não importava quem estivesse do outro lado assistindo aquelas pornô-novelas. Todas as novelas da emissora, em todos os horários, tinham apenas esse roteiro: homens e mulheres em cenas explícitas de sexo: hétero ou homossexuais. Quem não gostava era retrógrado. Fora de época. Homofóbico.
E essa programação da principal emissora brasileira era fortemente financiada com recursos públicos. Ou via veiculação de propagandas oficiais, ou via recursos de empréstimos subsidiados pelo BNDES, que também é mantido com os nossos impostos. A Emissora domina a audiência em todos os horários da programação em rede nacional. Praticamente não há concorrência. As outras emissoras são “nanicas” frente ao forte aparato logístico que a empresa conseguiu amealhar.
Tudo isso também se reverte em pagamento de salários inimagináveis para os funcionários da empresa. Talvez nem nas emissoras que melhor pagam nos países ricos, tenham âncoras de telejornais, apresentadores de programas, locutores esportivos que recebam pagamentos como os dessa emissora aqui no Brasil.
E a programação dela ajudou a disseminar um sentimento ante religioso. Pior, passou a dar guarida a este tipo de manifestação. Este processo de deseducação religiosa da população faz parte da estratégia de manter um público cativo às libertinagens e, através disso, serem consumidores dos produtos que são veiculados nas propagandas que ocupam os espaços caríssimos no que se convencionou chamar de “Horário Nobre”. As religiões, como sabemos, são um freio a essas manifestações de libertinagem. Destruí-las é um começo para se fazer bons negócios com manifestações assim.
Os seus apresentadores chegaram ao cúmulo de achar normal um homem ficar pelado e crianças contemplam-NU e até lhe tocarem. Houve “debates” acirrados em programas da emissora em plena manhã, em que a conhecida apresentadora defendia de forma veemente aquilo como “manifestação de arte”. Uma senhorinha que resolveu contestar foi escorraçada por ela e por sua equipe, claro, por bajulação à Chefe.
“Cantora” e “parlamentar” chamando Jesus Cristo de Gay, figuras urinando sobre imagens religiosas… Nada disso mereceu uma única palavra de reparos na programação daquela rede televisiva. A ordem lá parece ser: “quanto pior melhor”. Os Governos do PSDB e do PT, com farta alocação de recurso, viabilizaram a programação dessa emissora chegar até aonde chegou.
Felizmente, parece que os bons hábitos e os bons costumes estão voltando ao Brasil. Gostando-se ou não do candidato que liderou o movimento e será o nosso Presidente a partir de janeiro, essa é a vontade da grande maioria dos brasileiros. Qualquer candidato que aparecesse com essa plataforma receberia a aprovação da maioria de todos nós. Não mais recursos públicos para pornô-novelas. Nem para “atividades artísticas” como essas que vimos nestes últimos anos. As religiões e as suas práticas voltarão com força, para o bem deste Pais que nunca foi e jamais será Ateu. Se o Presidente conseguir desfazer boa parte do que fizeram nesses últimos governos do PSDB e do PT nesta área e em todas as outras, já terá dado um grande passo.
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*Texto para o dia 31/12/2018.