José Lemos
O ano de 2017 é para ser esquecido pelos brasileiros de bem. A grande maioria de nós. Um ano perdido para todos nós. Pelo conjunto do que aconteceu.
Quando houve o movimento das “diretas-já”, em 1984, em que os brasileiros reunidos em multidões nas ruas reivindicavam o direito de escolher os seus dirigentes do poder Executivo, sobretudo o Presidente da Republica, o mais apegado ao regime militar que então prevalecia, jamais imaginaria que os presidentes civis seriam essas figuras abjetas que se sucederam desde então.
Além de nos fazerem muito mal, com exceção de Itamar Franco (eleito como vice e assumiu no lugar do impagável Collor), esses governantes nos deixaram heranças malditas, e pesados fardos que comprometeram e comprometerão gerações.
Neste texto, por falta de espaço, vou me fixar nas heranças deixadas pelos quase 15 anos de governos petistas e os seus parceiros.
Dentre as heranças deixadas pelos Governos do PT citamos: mais de 12 milhões de analfabetos maiores de 15 anos; mais da metade dos brasileiros maiores de 25 anos sem ter completado o ensino fundamental; escolaridade média dos brasileiros abaixo de nove anos; pelo menos 12 milhões de desempregados; cotas para negros e pobres nas Universidades Públicas, em vez de melhoria no ensino público médio para prover condições de competitividade para os jovens egressos dessas classes, como é o meu caso, e de tantos outros que não precisamos de cotas para fazer os cursos universitários que desejávamos; milhões de brasileiros dependentes de bolsas qualquer coisa que os deixam viciados (“seu doutô, uma esmola/ para um homem que é são/ ou lhe mata de vergonha/ ou vicia o cidadão”, créditos para Gonzagão); a corrupção deslavada, como nunca antes aconteceu neste País; o “politicamente correto”; as cartilhas sensualizando as crianças nas escolas; a famigerada ideologia do gênero; menos da metade dos domicílios brasileiros sem estar conectada à rede de esgotos…
Contudo, a síntese acabada da herança maldita deixada pelos governos petistas é o atual Presidente que lhes foi parceiro inseparável ao longo de toda essa trajetória e ganhou como prêmio (des)governar este infeliz Pais.
Um Presidente que insiste em ser incompetente. Recebe nas caladas da noite, driblando os registros da residência oficial, uma figura com o perfil do ex-Executivo da JBS e ali, pelo que ficou registrado nas gravações feitas pelo até então amigo, mantem um diálogo que, num país sério, o teria eliminado de vez da vida pública.
Depois, sabe-se lá com que argumentos, consegue arrancar, de um parlamento altamente corrompido, a negação para não ser investigado pelos atos praticados em pleno exercício da Presidência da Republica. E os parlamentares que o safaram saem do episódio sonhando em renovar os seus mandatos. E o pior é que muitos deles conseguirão. Este é um Pais de analfabetos, famintos e de memória curta.
Inconformado com o conjunto da obra, indulta criminosos de colarinho branco, fazendo com que a corrupção, seja afiançável e passível de perdão.
Ele e o seu Ministro da Fazenda, que é egresso da Banca Internacional, foi executivo da JBS, falam todos os dias na televisão que nós, os servidores públicos que nos preparamos, muitos fizeram cursos universitários, alguns fizeram Mestrado, poucos se aventuraram a fazer Doutorado, em condições financeiras precárias, prestamos concursos públicos amplos e impessoais, somos privilegiados, porque temos aposentadorias condizentes com o que fizemos ao longo da nossa trajetória. Os meios de comunicação de massa ecoam essas mentiras, e nós achamos isso normal.
O Presidente impostor, fala que se não houver a reforma da previdência que, segundo ele e os seus ministros e apaniguados, acabe com os “privilégios” dos servidores públicos, o Pais irá à falência. Minta não, senhor Presidente. O Brasil falirá se não banirmos sumariamente figuras como o Senhor e os seus sustentadores. Nós trabalhamos duro, todos os dias, para pagar carga tributária direta e indireta, uma das maiores do planeta, e vemos o dinheiro saído do nosso suado suor sendo transferido de um lado para o outro por maleiros seus amigos, ou guardado em malas por pessoas da sua confiança que até bem pouco tempo o ajudaram a (des)governar este infeliz Pais.
Corremos risco sim de falir, enquanto tivermos Chefes da Casa Civil que fala abertamente que usará os bancos estatais para fazer o toma-lá-dá-cá, para adquirir votos para fazer uma Reforma da Previdência em que o Presidente da Republica e os Parlamentares não tem legitimidade alguma para tanto. Estes, porque boa parte está sendo acusada de falcatruas. Aquele, porque, ele mesmo, é suspeito de administração temerária e terá que prestar contas à justiça já a partir do dia 2/01/2019. Fiquemos de olho nos parlamentares que votarem nessa famigerada Reforma da Previdência para bani-los da vida pública com o nosso voto. Sem qualquer piedade.
Feliz 2018 para nós. E para termos um ano de 2018 assim, precisamos dar a resposta à altura a todos esses e essas que ai estão, e que nos chamam de privilegiados e que nunca suaram para passar num concurso público porque as competências que desenvolveram são outras. Aquelas que foram bem definidas pelo Ex-Presidente do STF, Ayres Brito, ao ser questionado sobre o indulto (ou insulto aos brasileiros de bem) feito pelo impostor que é inquilino do Palácio do Planalto, herança maldita do PT.
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*Texto publicado em 30/12/2017.