José Lemos
Eis uma pergunta emblemática, que continua atualíssima, e sem resposta, feita em 1976, pelo então Deputado Piauiense Francelino Pereira, Presidente da ARENA, partido que dava sustentação aos Governos Militares.
Desde o que se convencionou chamar de “redemocratização do País” se travam embates políticos que ainda estão ancorados no ranço que prevaleceu no mundo ao tempo do que se chamou de “Guerra Fria”. Naquele período se contrapunham pela hegemonia ideológica e econômica mundial a então União das Republicas Socialistas Soviéticas (USSR) e os Estados Unidos da América do Norte.
No Brasil, esse dualismo se manifestou de forma intensa. Sobretudo em 1964 quando João Goulart, que havia substituído Janio Quadros, como Presidente com forte viés pró-regime soviético e cubano, tentou implantar no Brasil um regime parecido.
A classe média, grandes multidões se manifestaram e, em abril de 1964 a Câmara dos Deputados decretou vago o cargo de Presidente da Republica e elegeu indiretamente o cearense, General Humberto Castelo Branco. A definição era que ele ficaria pouco tempo no poder e prepararia a Nação para eleições diretas para Presidente.
Mas o sentimento pró-regimes soviético e cubano, estava impregnado em parte da população brasileira. Era a que se auto-definia como esquerda que gostaria que a proposta de Jango (o Presidente deposto) avançasse para a “Ditadura do Proletariado”.
Esse grupo tentou impor a sua vontade na marra, fomentando terrorismo, ações clandestinas. Os Militares reagiram apoiados pela maioria dos brasileiros. Uma reação óbvia e natural de implantação da ordem. Houve excessos de ambos os lados. Dos terroristas e dos militares. Afinal era uma guerra hegemônica. Bom que fique claro.
As pessoas que tinham vida normal, que não se insurgiram, que queriam trabalhar, estudar, que eram ordeiras, não tiveram qualquer problema. Ao contrário, o País não tinha os níveis de violência que temos hoje. Entre 1968 até 1973, antes da primeira crise do petróleo, o PIB brasileiro cresceu a taxas chinesas de hoje.
Os Governos Militares se desgastaram e, em 1984, aconteceram grandes manifestações pela volta das eleições diretas para Presidente. Vale ressaltar que a Rede Globo, já poderosa, tinha fortes vínculos com os governos Militares. Não porque o seu dono e os seus jornalistas estivessem preocupados com o Bem-estar dos Brasileiros. Mas para tirar proveito e se dar bem. E conseguiram. Tanto que ignorou solenemente a manifestação pelas Diretas Já, para não ficar mal-vista pelos militares.
Vieram as primeiras eleições diretas em 1989 e nelas concorreram personalidades da estatura de Ulysses Guimarães e Mário Covas. Mas tinha Lula, então líder dos movimentos sindicais, em quem havia parcela da população que acreditava. Eu estava nesse meio. E havia Collor, invenção da rede Globo, porque então (ao contrário de hoje, por que será?) temia a “esquerdização” do Brasil num eventual Governo Lula.
Esses dois personagens foram para o segundo turno e deu Collor. Ao menos ele tinha um Vice Presidente honrado, o mineiro-baiano, Itamar Franco. Homem integro. Foi o mentor e criador da única coisa boa que aconteceu no Brasil depois que os militares saíram do poder: O plano Real que acabou com a inflação.
Seguiram-se os Governos Tucanos, e hoje sabemos que também eram corruptos. Em seguida vieram os governos tão aguardados por uma parcela da população (eu ainda estava naquele grupo) com posse em 2003. Começou ali o maior pesadelo brasileiro de todos os tempos: A corrupção institucionalizada. A diferença era que além de enriquecer meia dúzia de gente “preocupada com os pobres”, familiares e amigos, virou instrumento de manutenção do poder de forma indefinida. Populismo exacerbado. Distribuição de migalhas para populações carentes, sobretudo as do Nordeste.
Em 2018, os brasileiros de bem, de diferentes cepas ideológicas, viram em Jair Bolsonaro, a possibilidade de se livrar daquele pesadelo. A proposta era clara: acabar com o rombo nas contas públicas deixado pelos governos petistas. Para fazer isso há três formas legais e uma ilegal. As três legais são: Emissão de moeda, que tem implicações inflacionaria. Tomar dinheiro emprestado junto a poupadores interna e externamente. Isso eleva a dívida pública e faz com que as taxas de juros fiquem nas alturas. Causa desemprego. A terceira opção legal é fazer o ajuste das contas públicas, fazendo contingenciamentos, enquanto se espera que entrem recursos. A opção correta feita pelo competente Ministro da Economia do atual governo. Proposta que foi referendada pelos 55,7 milhões que votaram no atual Presidente.
A forma ilegal de fazer esse ajuste é através das “pedaladas fiscais”. É essa a estratégia da oposição que quer ver o País pegar fogo. Evitar o quanto for possível todos os ajustes (inclusive o da previdência) para o Governo se lançar na operação ilegal de uso de recursos sem respaldo legal, e criar motivação institucional para ser deposto.
A manifestação da quarta-feira tinha isso como pano de fundo. E muitos jovens foram usados sim como massa de manobra. Dava pena ver rapazes e moças de diferentes aparências exibindo cartazes com erros grosseiros de grafia, “defendendo a educação”. Neste momento, nós que não queremos que essa gente volte, precisamos apoiar firmemente o atual governo. Gostemos ou não do Presidente. Uma forma de fazer isso é desligar os televisores da Rede Globo, não ler Jornais como Folha de São Paulo, O Globo, Revista Veja. Imaginemos que os 55,7 milhões de brasileiros que votaram no atual governo fizerem isso. Sem leitores e sem sem telespectadores, não terão anunciantes. Sucumbirão. Chega das podridões das novelas e das mentiras globais!
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Texto publicado e 18/05/2019.