José Lemos*
Em 2006 o então Governador Zé Reinaldo gozava de uma popularidade e de um prestigio no Maranhão que poucos governadores experimentaram ao longo de toda história política do Estado. Aquela popularidade não foi construída em cima de uma bolha fantasiosa ou ancorada em propaganda irreal. Foi edificada sobre um trabalho sério que retirou o Maranhão da então condição de estado mais pobre do Brasil.
Os bons resultados do Governo começaram quando, em decisão histórica resolveu romper com o grupo que em quarenta anos, havia enriquecido, construído um império de comunicação que utiliza sob o olhar complacente da Justiça Eleitoral, para destruir todos aqueles que se aventuram a atravessar no seu caminho incessante rumo à riqueza e ao poder. A conseqüência mais visível e cruel dessas ações è o empobrecimento da maioria dos maranhenses.
José Reinaldo, ao romper com aquele grupo, inicialmente suscitou dúvidas nas forças que lutavam pela libertação do Estado do tacão daquela gente acerca da veracidade, da autenticidade e da sustentabilidade da sua decisão.
Felizmente estávamos equivocados. Concluindo que era para valer, começamos a vislumbrar naquele gesto histórico o advento de uma nova era. Tempos melhores estavam por vir, como de fato vieram, numa evidencia clara de que o mau maior para os maranhenses é perfeitamente identificado.
Um Estado com o potencial do Maranhão, em 2001, último ano do pesadelo que havia atravessado em toda a década de noventa, detinha o pior IDH, entre os estados brasileiros. Tinha o maior Índice de Exclusão Social. Mais da metade da população do Estado estava excluída de serviços essenciais como água encanada e destino adequado para dejetos. O PIB per capita era o menor do Brasil e equivalia a apenas 85% do salário mínimo nacional. A produção agrícola havia despencado, fruto do desmonte do aparato institucional e técnico que apóia a maior vocação do Estado. Um ato autoritário contra grande contingente de maranhenses. O resultado não poderia ser outro. Um Estado que chegou a produzir 3.600 gramas diárias por pessoa de alimentos em 1982, despencou a produção desses itens para ridículas 678 gramas em 1998, quando o Estado mergulhou no fundo do poço desde o pós-guerra.
Celso Furtado, ao liderar o Grupo Técnico que criou a SUDENE em meados do século passado, havia antevisto naquele documento seminal que o Maranhão, por suas características climáticas, ambientais, ecológicas, deveria ser o estado receptador das populações que emigravam do Nordeste tangidas pelas secas. Muitos nordestinos refugiaram-se de forma segura na nossa terra até o advento dos governos que se instalaram no Maranhão nos anos noventa. Ao final daquela década o Maranhão foi o estado nordestino recordista de emigrantes. Mais de um milhão de conterrâneos foram obrigados a deixar o Estado porque não tinham condições de viverem na sua terra natal devido à desumanidade das políticas implantadas no Estado naquela década perdida.
Zé Reinaldo entrou, e logo recriou a Secretaria de Agricultura. Com ela vieram as Casas de Agricultura Familiar (CAF) que prestavam assistência técnica, extensão e fomento rural para os agricultores familiares maranhenses. A resposta foi imediata. Em 2001 o Maranhão tinha participação marginal de pouco mais de R$45 milhões no PRONAF do Governo Federal devido à falta de assistência técnica. Em 2006, captou mais de R$360 milhões em contratos do PRONAF sendo apenas superado na região pela imensidão que é o Estado da Bahia. A produção de alimentos retomou a trajetória crescente. Naquele ano o Maranhão produziu 1.282 gramas diárias de alimentos.
O Programa de Desenvolvimento Integrado do Maranhao (PRODIM) foi bombardeado por todos os Senadores Maranhenses, e apenas se viabilizou pela tenacidade de Zé Reinaldo e pela mobilização dos maranhenses. Assim mesmo somente foi possível implantá-lo, devido àquele bloqueio criminoso, a partir de junho.
Com base na popularidade de um governo que elevou a auto-estima dos maranhenses, Zé Reinaldo poderia tentar e ter êxito na eleição para o Senado da República em 2006. De forma desprendida, renunciou à candidatura para montar uma engenharia política que viabilizou a eleição de Jackson Lago em 29 de outubro de 2006.
José Reinaldo agora é o candidato ao Senado com maiores chances de superar aqueles responsáveis pelos desatinos do Maranhão. Está na hora das forças políticas maranhenses reunirem energias e fortalecerem o que já sabem. Os inimigos dos maranhenses estão perfeitamente identificados. Contra eles é que temos que trabalhar agora intensamente na reta final de campanha para eleger Zé Reinaldo senador, Jackson ou Flavio Governador. Não podemos dar colher de chá ao azar. A hora é agora. O inimigo tem a força do vil metal e da propaganda enganosa. Nós temos a força da vontade de mudança definitiva que prevalecerá. Basta que tenhamos desprendimento.
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*Maranhense do Paricatiua, Bequimão. Professor Associado na UFC. Escreve aos sábados para O Imparcial. Artigo Publicado em 18/09/2010.