José Lemos
Algumas poucas pessoas conseguiram transformar, em pouco mais de uma década, uma das cidades mais belas do planeta num local impraticável para viver, tal o nível de violência que ali predomina, sem que algo de concreto seja feito para debelar.
Ao contrário, o Governador, do alto da sua exuberante estampa incompetente assumiu, com todas as letras e em cadeia de rádio e televisão nacionais, ser incapaz de administrar o estado que ele se propôs fazer com o seu comparsa que está preso.
O Rio de Janeiro, antes decantado como a Cidade Maravilhosa, por tudo de belo que reúne e que sempre foi talvez a cidade mais visitada por pessoas de fora e de dentro deste País, foi transformada em palco de guerrilhas urbanas diárias, arrastões, assaltos, latrocínios, roubos, furtos, balas perdidas… E, no auge da crise, o seu Prefeito, voa para a Europa e ainda se dá ao luxo de zombar das pessoas que moram ali, e de todos nós brasileiros, através de mensagens que são verdadeiros tapas nas nossas caras.
E todo esse caos foi provocado por pouco mais do que meia dúzia de pessoas: Os ex-governadores Garotinho, Rosinha Garotinho, Sérgio Cabral. O atual Governador, Pezão. O atual Prefeito (Marcelo Crivella) e ex-Prefeito (Eduardo Paes) os Ex-Presidentes Lula e Dilma Roussef, e Temer que sempre esteve com eles… Que patota!
Lula, irresponsavelmente, fez de tudo (e sabe-se lá o que está incluso nesse tudo) para trazer a Copa do Mundo para o Brasil em 2014 e as Olimpíadas para o Rio de Janeiro em 2016. Eram, na avaliação dele, duas importantes escadas que o ajudaria a continuar escalando um poder que planejava perdurar ad infinito. Brasil se dando bem nos dois eventos, imaginava ele e os que o acompanhavam naquela aventura, estariam abertas as portas para isso aqui virar uma República Bolivariana que fala português.
Em conluio com os então dirigentes da FIFA, à frente o francês Joseph Blater que foi defenestrado e banido do futebol em decorrência de uma série de irregularidades, e ainda contando com a cúpula da CBF, prepararam a que seria a Copa do Mundo mais cara de todos os tempos. Das oito sedes inicialmente previstas para a realização dos jogos, elevaram para uma dúzia. Assim, mais longe se estenderiam os tentáculos capazes de abocanharem mais incautos e, claro, maior a quantidade de obras superfaturadas. Estavam abertos os esgotos por onde escorreria o maior esbanjamento de dinheiro público que se tem noticia na história deste País antes varonil.
Os estádios de futebol viraram “arenas”. Um nome mais pomposo e que, por isso, precisariam ser bem mais caros. A pressa com que seriam construídos foi o atalho encontrado para os seus superfaturamentos. Justamente para prover bons negócios para as empreiteiras envolvidas, e para os governantes, políticos, apaniguados, agregados…
Prometeram que essa dúzia de “arenas” seria palco de atividades intensas que aconteceriam pós-Copa do Mundo. E quatro delas foram construídas em cidades como Brasília, Cuiabá, Natal, Manaus, que não tem estrutura, ou times de futebol, que sejam capazes de atrair públicos de forma ao menos intermitente para assistirem partidas de futebol. Haja irresponsabilidades e maus tratos com os nossos impostos…
E no Rio de Janeiro, o velho Maracanã, de tantas glórias, por onde desfilaram craques como Garrincha, Didi, Pelé, Nilton Santos, Zico, Rivelino, Junior…, foi totalmente demolido para ser reconstruída a Arena Maracanã. Ali foi despejada uma montanha de dinheiro que agora faz falta na saúde pública, nas escolas públicas, na segurança pública, no pagamento dos salários dos funcionários do Rio de Janeiro…
A população brasileira que vive “deitada eternamente em berço esplendido” acordou por aquela época. Tanto que o artífice daquela tragicomédia não se atreveu a aparecer nas “arenas” que construíram o seu sonho de megalomania há apenas alguns anos antes. Sabia que se aparecesse receberia, pelo menos uma sova de vaias, além de ser “ovo-tomate- acionado”. Na inauguração da Copa do Mundo, a então Presidente chegou escondida e assim permaneceu. Quando abriu a boca para dizer que o torneio estava iniciado, foi sonoramente vaiada. Vaias que, merecidamente, se estenderam ao Presidente da FIFA. Ali, naquele evento, já se antevia qual seria o futuro de ambos.
A tragicomédia da Copa do Mundo alcançou o seu maior fosso no fatídico sete a um que a seleção Alemã impôs aos pupilos de Lula, Dilma, Felipão et caterva. Triste desfecho, neste que foi o esporte que fez o Brasil ser conhecido mundialmente como o País do Futebol. Humilhação tão grande que os craques alemães pediram desculpas pelo vexame que impuseram à outrora garbosa e vitoriosa Seleção “Canarinho”.
As Olimpíadas do Rio de Janeiro consolidariam a pantomina em que aquela trupe transformou o Rio de Janeiro em termos de obras mal feitas, inacabadas e superfaturadas. A promessa de que a Copa do Mundo e as Olimpíadas deixariam bons legados para os brasileiros, nunca passou de promessas sem qualquer fundamento.
A intervenção do Governo Federal na segurança pública que foi decretada nesta sexta-feira pelo também incompetente Presidente Temer é o epílogo melancólico de uma ópera bufa. Lamentável no que transformaram a Cidade Maravilhosa onde está enterrado o umbigo de um dos meus filhos.
==============================================
* Texto para o dia 17/02/2018.