José Lemos
Neste começo de texto, e final de ano, quero dirigir-me primeiramente aos leitores de O Imparcial que me “seguiram” (para usar linguagem de twiteiro) nestes mais de dez (10) anos em que escrevo de forma praticamente ininterrupta para esse Jornal. Comecei a escrever aos sábados, numa espécie de “contrato” informal a partir de abril de 2004. Bem antes eu já escrevia esporadicamente para esse Jornal e para outro Jornal Maranhense, o Jornal Pequeno, que tem publicado muitos textos meus ao longo desses anos. Mas quero concentrar-me na marca dos 510 artigos inéditos agora devidamente registrados pela Editoria do O Imparcial. Ela é importante para mim e constará dos registros do meu currículo na Plataforma Lattes do CNPq.
Uma marca expressiva por duas razões. Primeiro porque são todos textos inéditos. Em nenhum há superposição de conteúdo, embora, em muitos deles, haja repetição dos temas, sempre tratados de formas diferentes, atualizando informações e, em muitos casos, revendo equívocos por ventura registrados nas versões anteriores. Todos os textos têm marca pessoal. Neles estão as minhas digitais. Foram feitos com muito amor, carinho e cuidado. Os muitos artigos que precisaram ser ancorados em estatísticas, sempre o fizeram nas oficiais, publicadas pelo IBGE ou instituições internacionais, devidamente isentas de vieses “chapa branca”.
A segunda razão da relevância desta marca é o fato de eu não ser jornalista. Sou um amador. Aventureiro nesta difícil arte. Talvez carregue a frustração de também não ter feito faculdade de comunicação, depois de ter concluído Agronomia. Mas se eu for caminhar por aí teria que ter feito ao menos mais três cursos universitários: Medicina, que foi o meu grande sonho de garoto pobre em São Luís, que não concretizei devido a esta razão, embora haja me preparado para fazer o vestibular. Engenharia Civil, que eu exercito ao longo da minha vida construindo as duas casas que eu conquistei com o meu trabalho: a que eu moro em Fortaleza e a de São Luís. A outra faculdade que eu deveria ter seguido seria Arquitetura e Paisagismo. Tenho ousado nessas áreas aqui na nossa casa de Fortaleza. Talvez não fazendo coisas interessantes para um observador externo, mas que me agradam e me enchem os olhos. O fato de eu ser Agrônomo ajuda bastante.
Mas eu gosto, e muito, de escrever artigos para jornais. Busco inspiração em alguns articulistas já falecidos. Carlos Castello Branco (Castelinho) é um deles, na minha juventude. Outros influentes foram Millôr Fernandes, João Ubaldo. Mas há muitos que me influenciam e que continuam vivíssimos, que não citarei para não cometer injustiças. Tento concentrar os temas nas áreas em que me especializei: Agronomia, Economia Agrícola, dos Recursos Naturais e do Meio Ambiente. Mas como também sou Professor de Macroeconomia, com muita honra, na Faculdade de Economia na Universidade Federal do Ceará, também me arvoro em falar sobre temas espinhosos de política econômica, que nem sempre são palatáveis para os leitores.
Além dos assuntos sobre os quais eu acredito ter algum domínio, por estarem associados à minha formação acadêmica, também me arvoro em escrever sobre temáticas mais amenas, envolvendo relações do ser humano com a natureza (como o fiz no último sábado neste espaço). Tento abordar relações e desencontros afetivos interpessoais, e sou aficionado por assuntos políticos. Em alguns momentos, sem que os leitores percebessem, eu escrevi sobre dramas pessoais pelos quais eu estava passando. Momentos difíceis da minha vida que eu tentei colocar nos textos tendo o cuidado de deixar os leitores avaliarem de uma forma genérica, para não parecer pieguice. Afinal somos humanos e passíveis desses circuitos no transcurso das nossas vidas. Um deles foi inspirado no poema de Fernando Pessoa, e recebeu o titulo “viver não é preciso, é aleatório”. Agora posso confessar que os textos que refletiam dramas pessoais foram escritos com os olhos marejados, face à dureza daqueles momentos que, felizmente, foram superados. Quero ter vigor físico e mental, para poder continuar escrevendo artigos de jornais, além daqueles que sou premido a escrever devido à minha carreira de Docente-Pesquisador. Quem sabe eu chegue à marca dos mil textos inéditos por aqui?
As minhas últimas palavras são de agradecimento aos leitores desse jornal. Mas não poderia deixar de agradecer também àqueles a quem aborreço toda semana, enviando em mala direta os artigos, e que fazem comentários, quase sempre generosos e incentivadores. Em nome do Editor de Opinião de O Imparcial, Jornalista Raimundo Borges, eu quero agradecer à Diretoria e a todo corpo Editorial desse Jornal. Um Patrimônio dos maranhenses orgulhosos desta condição, como é o meu caso. Convido os leitores a visitarem a minha página na internet, agora “remasterizada”, com inspiração no projeto de recuperação da mata ciliar do Rio Itapecuru que eu tive o privilégio de participar quando fiz parte do Governo Zé Reinaldo. A página agora é multilíngue (antes era bilíngue). Visitem-na e mandem mensagem de lá. Ficarei honrado pela visita e pelas mensagens. Tenhamos todos, um Feliz e profícuo ano de 2015!
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*Artigo publicado em 27 de dezembro de 2012 em O Imparcial