INSERIR O MARANHÃO NA GEOGRAFIA OFICIAL DO SEMIÁRIDO: UM REQUISITODE JUSTIÇA SOCIAL NO NORDESTE BRASILEIRO.
José de Jesus Sousa Lemos & Rachel Torquato Fernandes
RESUMO
O estudo tenta mostrar que o semiárido brasileiro é uma região por demais
carente. Mesmo o Ministério do Interior considerando que existam municí-
pios do semiárido em oito dos estados do Nordeste excluindo o Maranhão, mas
incorporando municípios do estado de Minas Gerais, o estudo também busca
mostrar que pelo menos quinze municípios do Maranhão tem características do
semiárido e nesses municípios concentram-se um dos maiores bolsões de pobre-
za desse ecossistema no Brasil. Utilizam-se dados recolhidos pela Universidade
Estadual do Maranhão, do Censo Demográ co do IBGE de 2010 e os PIB dos
municípios publicados pelo IBGE em 2012. Utilizam-se os índices de aridez
estimados em estudo anterior da Universidade Estadual do Maranhão para os
municípios maranhenses que se supõe possuírem características técnicas de se-
miárido. Estimam-se indicadores sociais de exclusão de educação, renda, água
encanada, saneamento e coleta de lixo para todos os municípios. Os resultados
mostram que os PIB médios dos municípios do semiárido são bem menores do
que aquele dos demais municípios da região Nordeste. A relação entre o maior
e o menor PIB per capita do semiárido é de 38,4. As taxas de analfabetismos
são elevadas. Assim como o são as privações de acesso à água encanada, sane-
amento e coleta de lixo. As evidencias do estudo permitem concluir que, em
geral, os municípios com características técnicas do semiárido maranhense tem
indicadores econômicos, sociais e ambientais piores do que a média dos demais
municípios já reconhecidos no semiárido brasileiro.