José Lemos
(Texto de circulação Restrita)
Quando Mário Lago em parceria com Ataulfo Alves escreveu os versos da bela canção “Ai que Saudades da Amélia” estava homenageando mulheres comuns que aceitavam praticamente tudo o que os parceiros lhe aprontavam. Traçou naquelas rimas, que se tornaram famosas e perpétuas, o perfil de mulheres sofredoras, submissas, conformistas que passariam a partir daquela música a serem identificadas como “Amélias”.
Mamãe, uma Amélia de batismo, nascida no Ponte, então povoado da zona rural de Caxias, hoje inserido bairro urbano daquela cidade, foi uma mulher sofrida, sofredora, mas de uma fortaleza incrível. Seu estilo de vida muito se aproximava daquele descrito no poema eterno, mas ela jamais foi submissa ou submergiu em conformismo. Usava a tolerância como estilo de vida e como forma de conseguir ir tocando um cotidiano e uma rotina que já tinham motivos de sobra para serem difíceis.
Dos versos da música, ela também não gostava daquela estrofe que fala que Amélia “achava bonito não ter o que comer”. Embora este fosse um risco que sempre rondou nossa casa, numa fase difícil das nossas vidas, e que eu tive a oportunidade de experimentar, definitivamente a minha mãe Amélia não achava a menor graça na privação da comida. Por isso fazia tudo para ajudar no limitado orçamento da família que era provido pelo papai, Domingos, que houvera sido selecionado para ser soldado do glorioso Corpo de Bombeiros maranhenses, então uma corporação que era espécie de anexo da Policia Militar do Maranhão que era comandado por um Tenente daquela corporação.
Papai tinha escolaridade menor do que a mamãe, que apenas era alfabetizada, mas tinha o aprendizado da vida e de leituras amenas. Mamãe gostava de ler revistas que tinham estórias em quadrinhos. As fotonovelas. Mas as revistas apenas chegavam à nossa humilde casa, situada num beco conectado ao Caminho da Boiada, com rara frequência, haja vista que não caberiam no orçamento. Apenas apareciam por empréstimo ou por doação.
Mas ajudaram a mamãe a ler com alguma qualidade e lhe propiciou condição de interpretar as estórias. Não era analfabeta funcional, no sentido estrito do termo. Compensou o curto período em que frequento escola ainda na sua Caxias, com aquelas leituras na fase adulta já morando em São Luís. Com aquele pouco estudo, mas com as leituras, conseguiu ajudar o papai a preparar-se para fazer o rápido exame de seleção para se transformar em soldado. Um enorme salto para quem estava desempregado, houvera migrado para São Luis, e morava de favor, na casa de Dona Epifânia e “Seu” Teodoro que era alfaiate.
Um casal paupérrimo, mas que abriu a sua humilde casa para abrigar aquela família de desabrigados. Dois adultos e uma criança que era eu. Meu irmão, havia ficado no Ponte em Caxias com a mãe de criação da mamãe. Três bocas a mais para alimentar, sob condições precaríssimas, mas que eles não se recusaram em dividir o pouco que possuíam. A mamãe sempre que falava dessa fase da nossa vida o fazia expressando a sua grande gratidão ao gesto daquela família que mal havia conhecido aquele grupo de migrantes.
Por aquela ocasião eu era ainda bebê, aos oito meses de vida. O meu único irmão, também José, tinha dez anos a mais do que eu. Estava, portanto, adentrando na adolescência e já tinha consciência e sentiu aquelas dificuldades, mesmo estando distante em Caxias. Mas o papai, com a ajuda definitiva da mamãe logrou ser selecionado para o nobre Corpo de Bombeiros, como soldado da linha de frente. O orçamento era muito apertado, decorrente do salário pequeno que era, em parte, surrupiado pelo Tenente da Polícia que era responsável pelo pagamento. Na época gente muito pobre não tinha acesso à conta bancária e os subordinados daquela corporação militar recebiam os pagamentos diretamente dos superiores.
Com dificuldades tremendas, conseguiram alugar uma casinha nas imediações e o filho que estava em Caxias veio para se agregar e completar a família. Dona Amélia foi à luta. Com dignidade, procurou trabalhar na única possibilidade que se lhe apresentava então: fazer serviços gerais nas casas de gente grã-fina. Foi com essas ajudas que, algum tempo depois, conseguiram comprar a nossa casinha de taipa na “Rua da Mangueira”, uma espécie de “beco” conectado ao “Caminho da Boiada”.
Naquela casa eu comecei a estudar. Meu irmão já avançava nos estudos. Este era o grande objetivo da mamãe. Ver os filhos estudando. Ela vislumbrou, mesmo com as limitações de sua própria deseducação formal e das nossas condições paupérrimas de vida, que estudar era a única saída para os dois filhos terem a oportunidade de ao menos não viverem na penúria que ela e o meu pai viviam.
Era uma mulher sonhadora, até utópica. Meu irmão pequeno fazendo o curso primário, e eu ainda fora da idade escolar que apenas começava aos cinco anos para crianças pobres como nós. Certa vez, ela estava caminhando para uma das casas que prestava serviços. Não tinha dinheiro para o transporte e por isso teve que passar, na sua jornada a pé, em frente ao Liceu, justo na hora em que os garotos (no Liceu daquela época não tinha meninas no ginásio) estavam aglomerados na frente daquele prédio cinza, imponente, fascinante e bonito. Os garotos estavam fardados garbosamente. Ela olhou para aquilo e sonhou: eu ainda vou ver os meus filhos estudando neste colégio. Ela sabia que não precisava pagar para estudar ali. Mas também tinha consciência que havia uma seleção dificílima para entrar. Mas ela imaginou que isso não seria obstáculo. Estava certa. Os filhos não lhe negaram aquele sonho.
Meu irmão e eu estudamos ali. Passamos de primeira no Exame de Admissão e cumprimos os desígnios daquela mulher sonhadora e muito católica. Claro que estávamos resguardados por promessas que ela fazia ao seu santo protetor: São José. Eu ainda não era suficientemente consciente para perceber a alegria da mamãe no dia em que o meu irmão teve a aprovação naquele exame. Mas lembro muito bem da sua felicidade quando eu passei naquelas provas na única vez em que fiz. A mamãe chorava de alegria. Eu, muito garoto, achava que aquilo era absolutamente normal. Sem falsa modéstia, porque eu, apesar de “boleiro”, peladeiro, empinador de papagaio, tinha um desempenho muito bom no velho Grupo Escolar Almeida Oliveira, que ainda está ali em frente à Igreja de São Pantaleão, e onde tive momentos de muitas alegrias na minha infância pobre, mas ativa.
Quando falei que a mamãe era condescendente, tolerante, mas submissa, definitivamente não era, estava respaldado em vários momentos que presenciei dela na convivência com o papai. Uma das duas irmãs dela, Tia Maria penava, desde a tenra juventude, com problemas mentais. Teve que ser colocada no manicômio Nina Rodrigues no Bairro Monte Castelo. Nós a visitávamos uma vez por semana, no dia em que eram permitidas as visitas. Numa dessas visitas a mamãe percebeu que a minha tia estava gravemente enferma e que ali era morreria à míngua e de maus-tratos. Mesmo a nossa casa sendo muito pequena, e contra a vontade do papai que estava certíssimo porque não tínhamos espaço, ela resolveu levar a tia Maria para “morrer em casa” com um mínimo de dignidade.
Tratou dela, sem recursos, mas com carinho e humanidade. O resultado é que a titia Maria teve uma sobrevida de mais vinte anos. A mamãe inclusive a colocou no avião para ir morar em Santo Amaro da Purificação, na Bahia, onde estava uma das filhas dela (titia) que havia sido aprovada em São Luis, em concurso para servente do então INPS, hoje INSS, mas que houvera sido alocada naquela cidade. Mais um grande ponto na vida daquela mulher. Mas que provocou seqüelas, hoje eu sei, irreversíveis na relação dela com o papai. Mas ela estava decidida em fazer o bem.
A nossa vida seguia em São Luís. O meu irmão tinha vontade de fazer um curso superior, mas não tinha condições. Precisava trabalhar. E o fez com dignidade em São Luís como auxiliar de ourives. Estudioso, conseguiu um emprego na parte administrativa do Colégio Maristas de São Luis. Na condição de empregado, tinha um desconto no pagamento das mensalidades do curso. Ali terminou o cientifico, equivalente ao curso médio de hoje. Passou a estudar por conta própria para fazer concursos. A mamãe sempre na retaguarda, ajudando como podia. Incentivando e sofrendo ao ver o filho, um jovem adulto, sem ter uma atividade definitiva. Rezava muito. Apegava-se a todos os santos, mas sempre capitaneado pelo nosso São José, padroeiro dos nossos nomes.
O meu irmão finalmente foi aprovado no concurso para a então Fundação SESP, uma entidade que trabalhava com saúde pública e que fazia com os pobres o que o SUS faz hoje. Foi alocado em Codó. Meu irmão fazia parte do corpo administrativo. Irrequieto, continuou estudando em busca de algo melhor. Agora ao menos tinha uma pequena alavanca a lhe propiciar uma renda que partilhava, ajudando no orçamento da nossa casa. Eu ainda era muito garoto, estudante no Almeida Oliveira, mas já conseguia vislumbrar como era bom quando chegava, no começo de cada mês ,uma revista que era o meio que o mano encontrou para esconder algumas cédulas salvadoras e enviar pelos correios que ajudariam muito no nosso ainda limitadíssimo orçamento. Nossa vida já começava a dar sinais de melhora, mas continuávamos naquela casinha nas proximidades do Caminho da Boiada. A mamãe ainda fazia aqueles trabalhos que lhe exigiam muito do físico franzino, mas de uma fortaleza incrível.
Eu havia completado doze anos. Meu irmão precisava de alguns documentos que haviam ficado em São Luis para fazer concurso para o Banco do Brasil. Não tinha como mandá-los pelos correios. Alem de não ter dinheiro para despachar, havia o risco de extravio. Mamãe não teve dúvidas. Botou a vergonha de lado e, constrangida, falou com o Chefe de Trem da antiga REFFSA e que morava nas imediações da nossa casinha. Foi pedir para que ele me levasse graciosamente no trem até Codó para eu ser o portador dos documentos do meu irmão. O Chefe do Trem nos fez aquela grande caridade. Mas falou que eu precisaria dormir na Estação Ferroviária naquele prédio que fica na Beira-Mar. Ali passei uma noite horrível, com muito frio, por causa do vento intenso vindo do mar. Ele houvera pedido para a mamãe para eu ir vestido com a farda do colégio. Assim seria melhor para justificar a concessão da passagem. O trem sairia às cinco da manhã. Lá fui eu como passageiro no carro do Chefe do Trem.
Cheguei em Codó pelas duas da tarde. Meu irmão me esperava na estação. Eu estava todo empoeirado devido à viagem. Meu irmão apanhou os documentos que precisava para inscrever-se para o concurso de Auxiliar de Escritório do Banco do Brasil. Fez a prova e foi aprovado nas primeiras posições. Pronto, nossa vida mudaria a partir dali. Em definitivo.
Desnecessário dizer da satisfação da mamãe e da jornada que se seguiu pagando promessas. O Mano tomou posse logo em Codó mas apareceu uma vaga em Afogados da Ingazeira, em pleno semiárido do então distante estado de Pernambuco. Ele se foi, não sem antes providenciar a compra de uma casa bem melhor para nós no bairro da Liberdade. Detalhe. A casa tinha banheiro e sanitário, “luxos” que até então estávamos privados. A felicidade da mamãe foi enorme. Eu já estava nos meus dezesseis anos, no curso cientifico no Liceu. A vida dela com o papai havia encerrado, pois haviam se separado. Fomos morar apenas ela, eu, a minha avó Margarida, mãe dela de criação, e a minha tia Maria. Aquela retirada do hospital-manicômio para morrer e que vendia saúde àquela altura.
Eu estudava no Liceu, gostava de Matemática e Física. Meu irmão providenciou para mim a compra da coleção de Física, em quatro volumes, do Dalton Gonçalves e do livro de Álgebra de Sinésio de Farias. Vivíamos da mesada que ele mandava para mamãe, religiosamente, todos os meses. Nossa vida deu um salto de qualidade incrível. Quis estudar inglês no IBEU, mamãe providenciou a matricula. Mas eu ajudava fazendo “biscates”. Primeiro como auxiliar de alfaiate. Depois dando aulas de matemática. Aquela “grana” ficava a maior parte para o orçamento de casa. Sobrava um pouquinho para eu ir às vesperais do Cine Éden ou ao Estádio Nhozinho Santos assistir aos jogos do meu Sampaio Correa.
Seguindo as trilhas desbravadas, com dificuldades pelo meu irmão, passei a estudar para concursos. Queria também ir para o Banco do Brasil. Aos dezessete anos submeti-me ao concurso. Estava muito bem preparado em Matemática Financeira, Português e Datilografia. Datilografava bem. Datilógrafo que não olhava e continua não olhando para o teclado. Mas não sabia do “macete” para fazer a prova que tinha um número mínimo de toques por minuto. Não logrei aprovação, justamente por causa da prova de datilografia. Uma enorme frustração. Iria entrar no Banco assim que completasse os dezoito anos com uma enorme carreira pela frente. Queria ser como o meu irmão. Era o meu sonho. Não deu.
Continuei estudando muito. Agora queria fazer vestibular. Mas como eu poderia fazer a Faculdade que eu queria (Medicina) que requeria seis anos de dedicação exclusiva e sem renda? Meu irmão já tinha família e não era justo eu continuar vivendo ás custas dele. Dona Amélia sempre ali na retaguarda dando força. Ela não sonhava tanto. Queria que o outro filho seguisse uma carreira de funcionário público que lhe propiciasse uma vida diferenciada da que ela mesma sempre viveu até o Mano nos ajudar. Mas ai eu descobri que a Escola de Agronomia da Amazônia, situada em Belém do Pará, fazia seleção de maranhenses em São Luis para aquele curso. Mais ainda. Os maranhenses que lograssem aprovação teriam bolsa de estudo de valor aproximado de um salário mínimo. Vestibular muito concorrido e dificílimo, também por causa da bolsa de estudos. Com a mesada que o Mano nos mandava (àquela altura a vovó tinha morrido e a titia havia ido para a Bahia, e morávamos apenas nós dois naquela casa “enorme” da Liberdade que tinha banheiro e sanitário no seu interior), mamãe matriculou-me no cursinho do Zé Maria do Amaral, passagem obrigatória para quem queria passar no vestibular.
Pela manhã eu estudava no Liceu concluindo o cientifico na área médica (as turmas do curso médio eram divididas por áreas de profissões que os estudantes queriam seguir, muito diferente do que acontece hoje) e à noite eu ia para o cursinho do Zé Maria. Naquele ano eu estudei como nunca. Chegava tarde da noite em casa. Havia um colega meu de Liceu, uma espécie de irmão que não tinha o meu sanghe: o Heliomar, que ia estudar comigo. A mamãe sempre nos aguardava com uma merenda. Quase sempre uma gemada ou um chocolate bem quente. Manifestação explicita de carinho, cuidado, proteção. Amor incondicional.
Passei no vestibular. No único que fiz na minha vida. Mas viria a parte mais difícil. Quase garoto teria que me separar da mamãe, que não tinha com quem ficar em São Luis. Um drama para ambos. Faltava a passagem de avião para Belém, única forma de se chegar àquela época naquela bela cidade. De novo a mamãe botou a vergonha de lado e foi pedir para oficiais da aeronáutica para eu viajar num dos voos que saiam regularmente de São Luis para Belém diariamente. Não disseram que não davam a passagem, mas nos fizeram passar constrangimentos. Por três dias seguidos que antecederam o meu aniversário fomos para o aeroporto e não consegui viajar. Ai a mamãe resolveu comprar a passagem fiado. Não sei como. Mas ela comprou. No dia 25 de fevereiro, dia do meu aniversário, lá fui eu, chorando e a deixando chorando no Aeroporto do Tirirical em São Luis. Em seguida ela foi para a companhia do meu irmão em Afogados da Ingazeira, em Pernambuco. Saia da sua querida São Luis com o coração partido. Ali estava toda a sua vida. Mas ficou sem opção. A sua primeira netinha havia nascido. Antes de seguir ela preparou alguns presentes simples para a netinha. Lembro de uma rede que ela fez toda a mão. Tecido caprichado. Do melhor que podia dentro das suas posses um pouco ampliadas pela ajuda do Mano. A rede era verdinha clara. Caprichou nas varandas de crochê que adornariam a redinha. Ela foi uma eximia “crocheteira”. Das sobras do tecido da rede ela mandou fazer uma camisa para mim. Da moda de então! Com coração partido pela história sofrida, mas já àquela altura vitoriosa que construiu em São Luis, seguiu para terras distantes e desconhecidas levando amor para o novo ser que houvera nascido e que ela haveria de amar muito, como fez com os filhos e com os netos que conheceu.
Nossa vida seguiu. Tivemos dado um salto incrível de qualidade nas nossas vidas. Não precisamos de bolsa família, de cotas para entrar na universidade, trabalhamos enquanto crianças, e adolescentes e isso não nos fez mal algum. Ao contrário, nos preparou para a vida. Tínhamos na nossa retaguarda os ensinamentos daquela mulher que foi o esteio de nossas vidas.
Morreu aos 82 anos e não teve no seu último momento de vida o meu afago. Eu estava nos Estados Unidos em busca do meu último título da carreira acadêmica e não pude vir para vê-la naqueles momentos finais. Uma dor que carrego até como uma espécie de remorso que ainda não me perdoei e sinto que jamais me perdoarei. Caso estivesse viva faria, neste dia 23 de outubro, cem anos de vida. Uma data importante para todos nós. Uma mulher de fibra. Uma mulher forte. Uma mulher!
Mulher de verdade que retirou leite das pedras. Fez brotar vida de onde menos se esperava. Uma exímia economista, sem jamais ter estudado em qualquer manual de Economia. Perfeita no cultivo de plantas e na criação de animais domésticos, sem jamais ter aprendido sobre manejo e genética. Uma sabedoria, um credo em Deus, uma vida de desprendimento para os filhos e para quem pôde ajudar, mesmo com os seus reduzidíssimos recursos materiais. Um exemplo que gostaria que os meus filhos, netos, bisnetos, tetranetos e todas as gerações que me seguirão, seguissem.
Não poderia deixar de fazer estes registros para que todas as pessoas da nossa família que vieram depois de mim e do meu irmão conhecessem sobre Dona Amélia, minha mãe. Parte da sua história não pode ficar desconhecida por todos os nossos descendentes. Ela foi a nossa condutora. Todas as nossas conquistas, que foram muitas, tendo em vista as nossas origens, devem-se ao seu denodo, visão de mundo. Sem ter educação formal, vislumbrou que este seria o único caminho para os seus filhos. Acertou em cheio.
Feliz aniversário minha Mãesinha. Onde a Senhora estiver, tenho certeza que estará orando por todos nós. Como sempre fez quando o seu coração pulsava, quando o sangue corria pelas suas veias, quando o seu corpo pequeno, franzino, circulava por entre obstáculos sempre em busca de proteção para nós, mesmo que isso não significasse para a Senhora a sua própria proteção. Seu sacrifício não foi em vão. Os meus equívocos foram e são de minha única responsabilidade, naturais de todo ser humano. Seguramente em muitos momentos eu extrapolei. Nada tem a ver com os ensinamentos que recebi da Senhora. Um dia nos reencontraremos.
==========
3 Comentários
Parabéns amigo/irmão!
Tive a felicidade de conviver com D.Amélia, sinônimo de ternura e tenacidade, com uma sabedoria ímpar. Ela está cuidando de nós. Pois eu Dinaldo fomos acolhidos por ela como filhos.
Carmelia,
muito grato pelos generosos comentários.
Texto emocionante e emocionado. Parabéns Prof. Lemos por nos colocar frente a frente com D. Amélia, por meio das palavras aqui escritas e fazer-nos perceber a sabedoria e determinação dessa mulher, que deve ser uma referência não só para todos os seus descendentes como também para aqueles que saboreiam seus escritos.